Luiz Carlos Prates

A filha dos outros...

O capitão de que falo é um ex-capitão do Bope, que ouvi na televisão falando desse seqüestro de final feliz para o bandido, o amaldiçoado Lindemberg, o macho impotente, como tantos e tantos que andam por aí, bem ou malvestidos. O capitão citou a polícia americana (aplausos a ela) dizendo bem claro: - Tomador de refém passional a polícia deve matar. É assim que agem, e bem, os policiais americanos. Têm toda a razão. Por aqui, porém, houve um óbice na ação da polícia. Os tolerantes da desgraça alheia garantiram toda a segurança ao bandido sanguinário e não se importaram com a segurança das moças seqüestradas. Apressaram-se a garantir ao bandido toda sorte de segurança pessoal, que se danassem as meninas. Ai do policial que atirasse para matar o bandido. Os plantonistas do direito dos bandidos estavam atentos, indormidos, dando entrevistas, passando ameaças... Ai do policial que matasse o bandido. Deu no que deu, morreu uma inocente. E o bandido está salvo, são, feliz, herói dos vagabundos que surram e matam mulheres. Mas e se a morta fosse filha de um desses beatos? Será que lhe pediriam segurança ou pediriam uma corda? Machado de Assis tinha mesmo razão: a dor de barriga dos outros é muito fácil de suportar. Dizer que o bandido, por não ter passado criminoso, ser trabalhador, estar transtornado por amor (e tome tolices) devia ser, por isso, preservado, respeitado, afinal, não era bandido, era homem apaixonado, é mesmo coisa de desajustado mental. Eu queria ouvir, bem de perto..., os abjetos defensores do bandido, os mesmos que pediram a ele toda segurança possível depois de preso. Enquanto houver defensores de patifes que surram e matam mulheres, vai haver quem defenda a "legítima defesa da honra" de machos pífios que justificam seus crimes por amor ferido. Que amor? Que amor, macho impotente? Cretinos (e muitos da imprensa) estão querendo culpar a polícia. Tenho nojo desses beatos defensores de machos impotentes e assassinos.


Elas
Não é paranóia, é respeito, guria. Quando o "bermudão" lhe erguer a voz, pegar mais forte no braço, o namoro tem que acabar. Ou pode terminar no hospital ou no IML...